domingo, 16 de outubro de 2016

Mudando para Buenos Aires.

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Todos sabem que qualquer mudança é uma dor de cabeça e requer planejamento, paciência e resolução de problemas. Quando a mudança é para outro país, tudo isso acaba se duplicando.
Hoje vou relatar a vocês a minha experiência de mudança de São Paulo – Brasil X Buenos Aires – Argentina.

Quando vim à Buenos Aires pela primeira vez, em 2012, estava na Avenida 9 de Julio, nos pés do Obelisco e pensei: Um dia eu quero viver aqui!

Eu imaginava que isso ia acontecer, mas só depois que eu aposentasse, no Brasil. Eu mal sabia que o destino estava muito mais antecipado, rsrsrs.

Muitos fatores influenciaram na minha mudança para essa cidade. Fatores pessoais, emocionais e amorosos, mas vamos ao caso.

Quando decidi que era isso mesmo o que eu queria, passei a planejar minha mudança, com um ano de antecedência. No começo, as coisas parecem que não têm muito sentido, você não sabe por onde começar e quanto vai necessitar de dinheiro para viver na cidade/capital de um país que está em crise. Não sabe onde vai morar e em que vai trabalhar. É tudo muito louco.

Quando vão passando os dias, você vai percebendo que, se esse é o objetivo, tem que começar a implementar as ações planejadas.

Uma coisa que eu sugiro é montar um “roteiro de partida”, onde você terá que listar tudo o que terá que encerrar no Brasil, como contas bancárias, plano de saúde, plano de telefonia e internet, reconhecimentos de firma, procurações, carimbos e validações em certificados e certidões, rescisão de contrato de trabalho e aluguel. Se tem casa e carro próprio, o que fazer com eles e quem será responsável por isso, entre outros. Em contra partida, fazer em paralelo um “roteiro de chegada”, onde vai listar seus gastos no outro país, quanto vai gastar em documentação, valores de comidas e aluguel. Realizar pesquisas do mercado de trabalho, mediante seu grau de instrução, entre outros.

Eu senti o impacto da mudança, mesmo planejando tudo, antecipadamente e qualquer pessoa que mude de país, cultura, língua, vai sentir.

Chegar aqui sem saber nada do espanhol será algo desgastante e complicado. Por isso minha orientação sempre é a seguinte: se tem planos de viver aqui ou em qualquer outro lugar do mundo, vá antes de férias e fique no mínimo 15 dias na cidade, mas não realizando passeios somente, mas sim vivendo como morador. Tente se comunicar com as pessoas na rua, sinta a recepção delas, sinta a cidade como se você já morasse por ali. Não fique pedindo informação para tudo, mas sim faça e erre. Pegue o ônibus errado e tente resolver o problema. Vá na farmácia e tente comprar um medicamento. Vá ao médico e diga que está com dor de cabeça, mas use o atendimento médico público.
Dessa forma você vai ter uma ideia de como será a vida no lugar que você escolheu.

Costumo dizer que quando cheguei para viver aqui, me senti e continuo me sentindo um bebê: estou aprendendo a falar o idioma, estou aprendendo andar pela cidade, estou buscando meu primeiro emprego, comecei a fazer cursos, comecei a fazer amigos e assim por diante. Tudo isso exige muita paciência, pois é um trabalho de formiguinha.
Aqui, em Buenos Aires, a gente tem contato com muitos estrangeiros, principalmente da América Latina, e isso te obriga a abrir a cabeça ao novo, à cultura. Te faz ter um olhar crítico sobre diversos assuntos.

Vale lembrar também que, por mais que se planeje uma coisa, nunca ela sairá 100% conforme o programado. Existem algumas coisas que você não pode interferir, como por exemplo, aumentos de tarifas de água, luz, aluguel, entre outros, que são determinados pelo governo ou empresas.

Lembre-se que nada será perfeito e muito menos um mar de rosas. Todo o processo é desgastante e trabalhoso, mas, no fim, é recompensador.

Pé na estrada!

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